Preces.Espiritualismo:Jesus,Meimei,Chico,etc.

__PRECES::MOMENTO ESPIRITUALISTA__
O Espiritualismo é uma doutrina filosófica que admite a existência de Deus, de forças universais e da Alma, com a visão de que existem milhares de coisas abstratas. É o contrário de materialismo, que só admite a matéria. Afirma a existência de uma alma imortal no ser humano, isto é, de um princípio substancial distinto da matéria e do corpo, razão absoluta de ser da vida e do pensamento. Em sentido mais amplo, é uma doutrina que, além da tese referida, reconhece a existência de Deus, a imortalidade da alma e da existência de valores espirituais ou morais, que são o fim específico da atividade racional do ser humano. O materialismo admite que pensamento, emoção e sentimentos são reações físico-químicas do sistema nervoso. Portanto, todos os religiosos, se aceitam a Alma e Deus, são, por isto mesmo, espiritualistas, visto que essa doutrina admite outros tipos de visões. Tal vocábulo, também é empregado como referência à postura de certos indivíduos que possuem espiritualidade sem religiosidade: são contrários ao materialismo e, ao mesmo tempo, não estão filiados a segmento religioso.



“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. Criou o Universo, que abrange todos os seres animados, e inanimados, materiais e imateriais. Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos. O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo. O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita. 
Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade. Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe superioridade moral e intelectual sobre as outras. A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas, o seu envoltório.
Há no ser humano,três coisas: 

1º) O corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º) A alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º)O laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito. (perispírito).

O ser humano tem assim,duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.
O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semi material. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.
O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento; é um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato. Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade.
Os da primeira ordem são os Espíritos Superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc. Comprazem-se no mal.
Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito maus, antes perturbadores e enredadores, do que perversos. A malícia e as inconseqüências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos. Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram passando pelos diferentes graus da Hierarquia Espírita. Esta melhora se efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação e a outros, como Missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral. A moral dos Espíritos Superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio, encontra o ser humano uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações."




*PAI NOSSO * Oração do Senhor!*
Pai Nosso que estais no Céu!
Santificado seja o Vosso Nome!
Venha a nós o Vosso Reino!
Seja feita a Vossa Vontade,
Assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai-nos hoje!
Perdoai as nossas dívidas, assim como nós
perdoamos aos nossos devedores.
Não nos deixeis cair em tentação!
Livrai-nos do Mal!
Porque Vosso é o Reino,o Poder e a Glória,
Por todos os séculos. Assim Seja!!!





*PRECE de CÁRITAS*
DEUS nosso Pai, vós que sois todo poder e bondade,
Dai a força àquele que passa pela provação,
Dai a luz àquele que procura a verdade,
Ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
DEUS, dai ao viajor a estrela guia,ao aflito a consolação,ao doente o repouso.
PAI, dai ao culpado o arrependimento, ao Espírito a verdade, à criança o guia,
ao órfão o pai.

Senhor! Que a Vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste.
Piedade, Senhor, para aqueles que não Vos conhecem,
Esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos Espíritos consoladores
Derramem por toda parte a paz, a esperança e a fé.
DEUS, um raio,uma faísca do vosso amor pode abrasar a Terra.
Deixa-nos beber nas fontes desta bondade fecunda e infinita
e todas as lágrimas secarão,todas as dores se acalmarão.
Um só coração,um só pensamento subirá até Vós,
Como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha,nós Vos esperamos com os braços abertos,
Oh,Poder! Oh,bondade! Oh,beleza! Oh,Perfeição!
E queremos de alguma sorte alcançar Vossa misericórdia.
DEUS!!! Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós!
Dai-nos a caridade pura. Dai-nos a fé e a razão!
Dai-nos a simplicidade, que fará de nossas almas um espelho,
Onde se refletirá a Vossa Santa e Divina Imagem!
Assim Seja!!!


*A prece, denominada “De Cáritas”, tem sido querida e contritamente orada por várias gerações de espíritas. CÁRITAS era um espírito que se comunicava através de uma das grandes médiuns de sua época(Mme. W. Krell),em um grupo de Bordeaux (França), sendo ela uma das maiores psicografas da História do Espiritismo, em especial por transmitir poesia (que se constitui no ácido da psicografia), da lavra de Lamartine, André Chénier, Saint-Beuve e Alfred de Musset, além do próprio Edgard Allan Poe. Na prosa, recebeu ela mensagens de O Espírito da Verdade, Dumas, Larcordaire, Lamennais, Pascal, e dos gregos Ésopo e Fenelon. :::::: A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873, ditada pela suave Cáritas, de quem são, ainda, as comunicações: "Como servir a religião espiritual"e "A esmola espiritual" ::::::::Todas as mensagens que Mme. W. Krell psicografada em transe, e, que chegaram até nós, encontram-se no livro Rayonnements de la Vie Spirituelle, publicado em maio de 1875 em Bordeaux, inclusive, o próprio texto em francês (como foi transmitido) da Prece de Cáritas.*





*ORAÇÃO de SÃO FRANCISCO de ASSIS*
Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que eu leve a união
Onde houver dúvida, que eu leve a fé!
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz!
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado
Compreender, que ser compreendido
Amar, que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive para a Vida Eterna!
Assim Seja!!!






*ORAÇÃO do COMERCIANTE:
Pai de Misericórdia!... Concedeste-me a oportunidade do trabalho, reservando-me honroso lugar na força dos que Te obedecem, satisfazendo aos requisitos da vida!... Agradeço, oh! Pai, as atividades com que me garante a subsistência, entretanto, deixa que eu Te enderece minha gratidão, em particular pelos ensinos a que me levas na luz do cotidiano. É no esforço de vender e comprar, que Te reconheço com mais clareza nas leis de solidariedade e cooperação.
Nas tarefas a que me conduzes, observo com mais segurança, que nada posso realizar sem os outros. Sem receber, não posso dar e, sem dar de mim, em louvor do bem, não posso receber. Se não auxiliar, não posso recolher auxílio. Se não amparo como devo, não obtenho o amparo de que preciso.
Aprendo no trabalho que me deste, que um cliente está diante de mim,qual uma árvore benfeitora que se encontra à frente do pomicultor que a cultiva. Se lhe dou atenção e cuidado, posso aguardar a possibilidade de bons frutos em meu próprio favor; mas se relego a planta à indiferença ou ao menosprezo, nada posso aguardar senão esterilidade e secura!... Faz-me entender esses mesmos princípios me governam a existência.
Ensina-me, Deus de Misericórdia, que se guardo a faculdade de ser útil em benefício de alguém,dependo constantemente de muitos! Ajuda-me a reconhecer, que o meu campo de relações,terá sempre o tamanho do atendimento que me disponha a realizar em proveito do próximo. Induz-me a observar, que toda vida se baseia em amor para os assuntos de elevação e auxilia-me,para que eu dê mais simpatia e bondade, para que a bondade e a simpatia dos outros me favoreçam!

Ampara-me, oh! Pai de Infinita Misericórdia, para que eu grave os princípios de luz e paz nos mecanismos da troca incessante! Abençoa-me para que eu Te possa realmente servir,hoje e sempre! Assim Seja!!! Amém!!!


(Pelo Espírito:Meimei * Do livro: “Diálogo com Deus*Preces de Meimei” * AdésioA.Machado)








*ORAÇÃO à BEZERRA de MENEZES*
Nós Te rogamos, Pai de Infinita Bondade e Justiça, as graças de Jesus Cristo, através de Bezerra de Menezes e suas legiões de companheiros. Que eles nos assistam, Senhor, consolando os aflitos, curando aqueles que se tornem merecedores, confortando aqueles que tiverem suas provas e expiações a passar, esclarecendo aos que desejarem conhecer a Verdade e assistindo a todos quanto apelam ao Teu Infinito Amor. Jesus, Divino Portador da Graça e da Verdade, estende Tuas mãos dadivosas em socorro daqueles que Te reconhecem o Despenseiro Fiel e Prudente; faze-o Divino Modelo, através de Tuas legiões consoladoras, de Teus santos espíritos, a fim de que a Fé se eleve, a Esperança aumente, a Bondade se expanda e o Amor triunfe sobre todas as coisas.
Bezerra de Menezes, Apóstolo do Bem e da Paz, amigo dos humildes e dos enfermos, movimentai as tuas falanges amigas em benefício daqueles que sofrem, sejam males físicos ou espirituais. Santos espíritos, dignos obreiros do Senhor, derramai as Graças e as Curas sobre a humanidade sofredora, a fim de que as criaturas se tornem amigas da Paz e do Conhecimento, da Harmonia e do Perdão, semeando pelo mundo os Divinos Exemplos de Jesus Cristo. Assim Seja!!! Amém!!!








*PRECE à JESUS*
Senhor Jesus! Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que, somente assim, as bênçãos que nos concedes podem fluir através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.
Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores
que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e
sim, por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de
quantos ainda não obtiveram as vantagens que os felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo
e trabalho com que nos honraste, em serviço aos semelhantes,
especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo
que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem,
permanecendo em ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.
Assim seja!!! (Pelo Espírito Emmanuel* Psicografia de FranciscoCândidoXavier (do Livro: Paciência).





*SÚPLICA da CRIANÇA:
Senhor!...Os seres humanos disseram que me queriam tanto,mas ao chegar à casa deles,não dialogaram comigo, segundo as minhas necessidades.
Quase todos me ofereceram um berço enfeitado, mas poucos me deram o coração.
Afirmam que devo procurar a felicidade, entretanto,não sei como fazer isso,se os vejo a quase todos sofrendo e rebelando-se por não aceitarem as disciplinas da vida.
Escuto-lhes as lições de paz, contudo, acompanho-lhes as rixas, em vista de estarem sempre exigindo o maior quinhão de recursos da terra.
Recomendam-me buscar a alegria, mas,
muitas vezes, observo que está misturado de lágrimas,o leite que me estendem.
Erguem palácios para mim, no entanto, entre as paredes dessas mansões coloridas e belas,
renovam, a cada dia, reclamações e queixas que não sei compreender, nem registrar.
Explicam que preciso praticar o perdão e, ao mesmo tempo,muitos me mostram
como exercitar a vingança.
Senhor!...Que será de mim, nesse grande mundo que construíste entre as estrelas,
sempre adornado de flores e aquecido de Sol, se os seres humanos me abandonarem?
Faça com que eles reconheçam que dependo deles como o fruto depende da árvore.
E, tanto quanto seja possível, dize-lhes, Senhor, que terei comigo apenas o que me derem!
E que posso ser, enquanto estiver aqui, unicamente o que eles são!

(Pelo Espírito: Meimei * Do livro: “Diálogo com Deus*Preces de Meimei” * AdésioA.Machado)







1.PRECE ao ANJO da GUARDA:
Meus DEUS, permiti aos bons e Santos Anjos que me cercam, virem em minha ajuda quando eu estiver em dificuldade,e me sustentar, se por acaso eu vacilar!
Fazei, Senhor, que eles me inspirem a
fé, a esperança e a caridade!
Que sejam para mim um apoio, uma esperança e uma prova
da Vossa Misericórdia!
Fazei, enfim, que eu encontre junto deles, a força que me falta nas
provas da vida!
E para resistir às sugestões do mal, dai-me a fé que salva e o amor que consola! Assim Seja!!!


2.PRECE ao ANJO da GUARDA:

Anjo de Deus, que por divina piedade,sois a minha guarda e proteção,
Inspirai-me, defendei-me, dirigi-me e governai-me! Amém!!!




*BIOGRAFIAS DIVERSAS:
::Meimei::
Chico Xavier::
Jesus Cristo::
Allan Kardec::
Bezerra de Menezes::
Emmanuel::
Madre Teresa de Calcutá






Biografia de Meimei (Texto de Arnaldo Rocha. Do livro "Chico Xavier.Mandato de Amor"). União Espírita Mineira. 
Meimei: expressão chinesa que significa "amor puro".MEIMEI: a simples alma de uma grande mulher. Meimei foi uma mulher humilde que deixou um grande exemplo de amor, mesmo após sua morte, quando fez fluir ao mundo, através de Chico Xavier, seus versos energéticos ao bem-estar alheio. 
Seu nome de batismo, aqui na terra, foi IRMA CASTRO. Nasceu a 22 de Outubro de 1.922, em Mateus Leme-MG. Aos 2 anos de idade sua família transferiu-se para Itaúna-MG. Constava de pai, mãe e 4 irmãos: RUTH, CARMEN, ALAIDE e DANILO. 
Os pais eram ADOLFO CASTRO e MARIANA CASTRO. Com 5 anos ficou órfã de pai. MEIMEI foi desde criança diferente de todos pela sua beleza física e inteligência invulgar. Era alegre, comunicativa, espirituosa, espontânea. O convívio com ela, em família, foi para todos uma dádiva do Céu. Cursou com facilidade o curso primário, matriculando-se, depois, na Escola Normal de Itaúna; porém, a moléstia que sempre a perseguia desde pequena(nefrite),manifestou-se mais uma vez quando cursava com brilhantismo o 2º ano Normal. Sendo a primeira aluna da classe, teve que abandonar os estudos. Mas, muito inteligente e ávida de conhecimentos, foi apurando sua cultura através da boa leitura, fonte de burilamento do seu espírito. Onde quer que aparecesse era alvo de admiração de todos. Irradiava beleza e encantamento, atraindo a atenção de quem a conhecesse. Ela, no entanto, modesta, não se orgulhava dos dotes que DEUS lhe dera. Profundamente caridosa, aproximava-se dos humildes com a esmola que podia oferecer ou uma palavra de carinho e estímulo. Pura, no seu modo simples de ser e proceder, não era dada a conquistas próprias da sua idade, apesar de ser extremamente bela. Pertencia à digna sociedade de Itaúna. Algum tempo depois, transferiu-se para Belo Horizonte, em companhia de uma das irmãs, ALAIDE, a fim de arranjar colocação. Estava num período bom de saúde, pois a moléstia de que era portadora, ia e vinha, dando-lhe até, às vezes, a esperança de que havia se curado. Foi nessa época que conheceu ARNALDO ROCHA com quem se casou aos 22 anos de idade. Viviam um lindo sonho de amor que durou 2 anos apenas, quando adoeceu novamente. Esteve acamada três meses, vítima da pertinaz doença,nefrite crônica. Apesar de todos os esforços e desvelos do esposo, cercada de médicos, veio a falecer no dia 1º de Outubro de 1946, em Belo Horizonte. Logo depois, seu espírito já esclarecido, começou a manifestar-se através de mensagens psicografadas por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, e prossegue nessa linda missão de esclarecimento e consolo, em páginas organizadas em várias obras mediúnicas, que têm se espalhado por todo o Brasil e até além das nossas fronteiras.



Seu nome "MEIMEI" (expressão chinesa que significa "amor puro"), agora tão venerado como um "Espírito de Luz", foi lhe dado em vida, carinhosamente, pelo esposo ARNALDO ROCHA. Homenageada por tantas casas espíritas, que adotam o seu nome; autora de vários livros psicografados por Chico Xavier, entre eles: "Pai Nosso", "Amizade", "Palavras do Coração", "Cartilha do bem", "Evangelho em Casa", "Deus Aguarda", "Mãe" etc... e, no entanto, tão pouco conhecida pelos testemunhos que teve de dar quando em vida, Irma de Castro (seu nome de batismo),foi um exemplo de resignação ante a dor, que lhe ceifou todos os prazeres que a vida poderia permitir a uma jovem cheia de sonhos e de esperanças. Nascida em 22 de outubro de 1922, na cidade de Mateus Leme, MG, transferiu residência para Belo Horizonte em 1934, onde conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade, tornando-se então, Irma de Castro Rocha. O casamento durou apenas dois anos, pois veio a falecer com 24 anos de idade, por complicações generalizadas devidas a uma nefrite crônica.

A Origem da Doença: Durante toda a infância, Meimei teve problemas em suas amígdalas. Tinha sua região glútea toda marcada por injeções. Logo após o casamento, voltou a apresentar o quadro, tendo que se submeter a uma cirurgia para extração dessas glândulas. Infelizmente, após a operação, um pequeno pedaço permaneceu em seu corpo, dando origem a todo o drama que viria a ter que enfrentar, pois o quadro complicou-se com perturbações renais que culminaram com hipertensão arterial e craniana.

O Sofrimento: Devido à hipertensão, passou a apresentar complicações oculares, perdendo progressivamente a visão e tendo que ficar dia e noite em um quarto escuro, sendo que nos dois últimos dias de vida já estava completamente cega. Durante os últimos dias de vida, o sofrimento aumentou. Tinha de fazer exames de urina, sangue e punções na medula, semanalmente. Segundo Arnaldo Rocha, seu marido, Meimei viveu esse período com muita resignação, humildade e paciência.

A Desencarnação: Os momentos finais foram muito dolorosos. Seus pulmões não resistiram, apresentando um processo de edema agudo, fazendo com que ela emitisse sangue pela boca. Seus últimos trinta minutos de vida, foram de desespero e aflição. Mas, no final deste quadro, com o encerramento da vida física, seu corpo voltou a apresentar a expressão de calma que sempre a caracterizou. Meimei foi enterrada no cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte.






Surge Chico Xavier: Aproximadamente cinqüenta dias após a desencarnação da esposa, Arnaldo Rocha, profundamente abatido, acompanhado de seu irmão Orlando, que era espírita, descia a Av. Santos Dumont, em Belo Horizonte, quando avistou o médium Chico Xavier. Arnaldo não era espírita e nunca privara da companhia do médium até aquele momento. Quase dez anos atrás haviam-no apresentado a ele, muito rapidamente. Ele devia ter pouco mais de doze anos. O que aconteceu ali, naquele momento, mudou completamente sua vida. E é ele mesmo quem narra o ocorrido: "Chico olhou-me e disse: "Ora gente, é o nosso Arnaldo, está triste, magro, cheio de saudades da querida Meimei"... Afagando-me, com a ternura que lhe é própria, foi-me dizendo: "Deixe-me ver, meu filho, o retrato de nossa Meimei que você guarda na carteira." E, dessa forma, após olhar a foto que Arnaldo lhe apresentara, Chico lhe disse:”Nossa querida princesa Meimei quer muito lhe falar!" E, naquela noite, em uma reunião realizada em casa de amigos espíritas de Belo Horizonte, Meimei deixou sua primeira mensagem psicografada. E, com o passar dos anos, Chico foi revelando aos amigos mais chegados que Meimei era a mesma Blandina, citada por André Luiz na obra "Entre a Terra e o Céu" (capítulos 9 e 10), que morava na cidade espiritual "Nosso Lar"; disse, também, que ela é a mesma Blandina, filha de Taciano e Helena, que Emmanuel descreve no romance "Ave Cristo", e que viveu no terceiro século depois de Jesus. Enfim, para concluir, resta apenas dizer que "Meimei" era um apelido carinhoso que o casal Arnando-Irma passou a usar, após a leitura de um conto chamado "Um Momento em Pequim", de autor americano. Ambos passaram a se tratar dessa forma: "Meu Meimei". E, segundo Arnaldo, Chico não poderia saber disso.


Materialização de Meimei,ilustrada por Joaquim Alves*Federação Espírita do Estado de SP.


Materialização de Meimei: "Uma noite, sentimos um delicioso perfume. Intimamente, achei que era o mesmo que Meimei costumava usar. Surpreendi-me quando percebi que o corredor ia se iluminando aos poucos, como se alguém caminhasse por ele portando uma lanterna. Subitamente, a luminosidade extinguiu-se. Momentos depois, a sala iluminou-se novamente. No centro dela, havia como que uma estátua luminescente. Um véu cobria-lhe o rosto. Ergueu ambos os braços e, elegantemente, etereamente o retirou, passando as mãos pela cabeça, fazendo cair uma cascata de lindos cabelos pretos, até a cintura. Era Meimei. Olhou-me, cumprimentou-me e dirigiu-se até onde eu estava sentado. Sua roupagem era de um tecido leve e transparente. Estava linda e donairosa! Levantei-me para abraçá-la e senti o bater de seu coração espiritual. Beijamo-nos fraternalmente e ela acariciou o meu rosto e brincou com minhas orelhas, como não podia deixar de ser. Ao elogiar sua beleza, a fragrância que emanava, a elegância dos trajes, em sua tênue feminilidade, disse-me:"Ora, meu Meimei, aqui também nos preocupamos com a apresentação pessoal! A ajuda aos nossos semelhantes,o trabalho fraterno fazem-nos mais belos e, afinal de contas, eu sou uma mulher! Preparei-me para você, seu moço! Nã iria gostar de uma Meimei feia!"
"Meimei é um espírito iluminado que muito ajuda os habitantes do Planeta Terra... Somos gratos por tanta dedicação!"




*JESUS CRISTO: Primeira Revelação: Moisés: Moisés, como profeta, revelou aos homens a existência de um Deus único e soberano Senhor e orientador de todas as coisas; promulgou a lei do Sinai e lançou as bases da verdadeira fé. Como homem, foi o legislador do povo pelo qual essa primitiva fé, purificando-se, havia de espalhar-se por sobre a Terra. Examinando o missionário, Emmanuel assim se refere: "Moisés trazia consigo as mais elevadas faculdades mediúnicas, apesar de suas características de legislador humano. É inconcebível que o grande missionário dos judeus e da Humanidade pudesse ouvir o espírito de Deus. Estais, porém habilitados a compreender que a Lei, ou a base da Lei (os Dez Mandamentos), foi-lhe ditada pelos emissários de Jesus. Examinando-se os seus atos enérgicos de homem, há a considerar as características da época em que se verificou sua grande tarefa. Com expressões diversas, o grande enviado não poderia dar conta exata de suas preciosas obrigações, em face da Humanidade ignorante e materialista.

A Lei Mosaica: Há duas partes distintas na lei mosaica: a lei de Deus, promulgada sobre o Monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida pelo próprio Moisés. Uma é invariável; a outra é apropriada aos costumes e ao caráter do povo e se modifica com o tempo. A primeira, é lei de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, um caráter divino. A segunda, foi criada pelo missionário para manter o temor de um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha de combater abusos arraigados e preconceitos adquiridos durante a servidão do Egito. 


À parte Divina da Lei Mosaica,refere-se André Luiz: "Os Dez Mandamentos recebidos mediunicamente pelo profeta, brilham ainda hoje por alicerce de luz na edificação do Direito, dentro da ordem social." O mesmo autor, em “Evolução em Dois Mundos”, traduz o Decálogo para uma visão atual, escrevendo: "Consagra amor supremo ao Pai de Bondade Eterna, nele reconhecendo a tua divina origem. Precata-te contra os enganos do antropomorfismo, porque padronizar os atributos divinos absolutos pelos acanhados atributos humanos é cair em perigosas armadilhas da vaidade e do orgulho. Abstém-te de envolver o julgamento divino na estreiteza de teus julgamentos. 


O Decálogo:
1. Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás deuses estrangeiros diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima no Céu, e do que há embaixo na terra, nem de coisa que haja nas águas, debaixo na terra. Não andarás, nem lhes darás culto.
2. Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão.
3. Lembra-te de santificar o dia de sábado.
4. Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a Terra.
5. Não matarás.
6. Não cometerás adultério.
7. Não furtarás.
8. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
9. Não desejarás a mulher do próximo.
10. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem outra coisa alguma que lhe pertença.

Segunda Revelação: Jesus => A segunda grande revelação da Lei de Deus, na concepção Kardequiana, foi apresentada por Jesus, o Divino Governador da Terra. Segundo o benfeitor André Luiz “Evolução em Dois Mundos”: "Com Jesus, a religião, como sistema educativo, alcança eminência inimaginável. Nem templos de pedras, nem rituais. Nem hierarquias efêmeras, nem avanço ao poder humano. O Mestre desaferrolha as arcas do conhecimento enobrecido e distribui-lhe os tesouros."

Examinando a Revelação Cristã, refere-se Allan Kardec: "O Cristo, tomando da antiga lei o que é eterno e divino e rejeitando o que era transitório, puramente disciplinar e de concepção humana, acrescentou a revelação da vida futura, de que Moisés não falara, assim como a das penas e recompensas que aguardam o ser humano depois da morte." Acrescenta Kardec que a filosofia cristã estava sedimentada em uma concepção inteiramente nova da Divindade. Esta já não era mais a concepção de um Deus terrível, ciumento, vingativo, como O apresentava Moisés, mas um Deus clemente, soberanamente bom e justo, cheio de mansidão e misericórdia, que perdoa ao vicioso e dá a cada um segundo as suas obras. Enfim, já não é o Deus que quer ser temido, mas o Deus que quer ser amado.

Quem é Jesus? Lembra o Espírito Emmanuel, que: "De forma alguma poderíamos fazer um estudo minucioso da psicologia de Jesus, por nos faltar maturidade espiritual para tanto." No entanto, a respeito do Messias, sabe-se que foi Ele o Enviado de Deus, a representação do Pai junto ao rebanho de filhos transviados de seu amor e de sua sabedoria, cuja tutela foi-lhe confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito. Diretor angélico do orbe terreno, acompanhou todo o processo de formação da Terra, o primórdio da vida no planeta, e vem seguindo, com a mais extremada atenção, a todos os espíritos que vinculados a este orbe, desenvolvem valores éticos e culturais. Mostra Emmanuel que Jesus não pode ser compreendido como um simples filósofo, tendo-se em conta os valores divinos de sua hierarquia espiritual, conseguidos à custa de inumeráveis encarnações em mundos, hoje já inexistentes. Esteve encarnado em nosso Planeta uma única vez, e tornou-se, na expressão do Codificador, o "modelo e guia para a humanidade", haja vista ter sido Jesus o único Espírito Puro a envolver-se nos fluidos carnais da Terra.

Os Evangelhos: A Mensagem Cristã encontra-se distribuída nos quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), nas Epístolas apostólicas, nos Atos dos Apóstolos e no Apocalipse de João. Uma análise crítica dos Evangelhos e das Cartas Apostólicas, leva-nos, naturalmente, ao encontro de algumas passagens pouco aceitáveis, ilógicas ou até mesmo absurdas: "A tentação no deserto", "A expulsão dos vendilhões do templo" e muitos pensamentos colocados na boca de Jesus, não resistem a uma análise racional por encontrarem-se em evidente contradição com os mais elementares princípios da lógica, da justiça e da caridade. Esses desencontros evangélicos em nada desmerecem a Obra, que é, segundo Kardec, "código universal da moral", mas despertam nossa atenção para alguns detalhes vinculados a ela: 


1°) As Adulterações Involuntárias: Jesus nada escreveu. Acredita-se que as primeiras anotações tenham surgido muito tempo depois da sua morte. Marcos, Lucas e Paulo não chegaram a conhecer o Messias e, portanto, colheram informações de outras fontes. Todos essas evidências levam-nos a acreditar que determinadas colocações apresentadas nos Evangelhos não correspondem à realidade absoluta dos fatos. Certamente, ocorreram adulterações involuntárias. 


2°) Os Enxertos dos Evangelistas: Notamos, ao examinarmos os Evangelhos, que uma preocupação básica ocupava a mente dos evangelistas: provar que Jesus era de fato o Messias aguardado pelos judeus. Para que a Mensagem cristã viesse a vingar na Palestina, esta idéia deveria prevalecer. Acredita-se então, que algumas passagens da Boa Nova não ocorreram realmente, mas foram acrescentadas às anotações com esse objetivo. "O nascimento de Jesus em Belém", "a hipotética viagem ao Egito", a "Tentação no deserto" e muitas outras passagens teriam sido enxertadas para provar a tese de que Jesus era o Salvador dos Judeus, o Enviado de Jeová. 


3°) As Adulterações Posteriores da Igreja: muitas anotações verificadas nos textos bíblicos de hoje não são identificadas nas versões originais, mostrando que foram acrescentadas posteriormente.Para justificar certos dogmas, alguns sacramentos e determinadas práticas religiosas, certos representantes da Igreja, ainda nos primeiros séculos da era Cristã, acrescentaram aos textos originais idéias, princípios e passagens que na realidade não ocorreram.

Terceira Revelação: Espiritismo (de acordo com Allan Kardec): Apresenta o Espiritismo como sendo a Terceira Revelação da Lei de Deus, o Consolador prometido aos homens por Jesus, conforme anunciado por [João-XIV:15-17,26]: "Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. - Mas o Consolador, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." 


Kardec, examinando o tema, afirma: "O Espiritismo vem, no tempo assinalado, cumprir a promessa do Cristo. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas, fazendo compreender o que o Cristo só disse em parábolas. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos porque ele fala sem figuras e alegorias." Da mesma maneira que Jesus não veio destruir a lei mosaica, apresentada 15 séculos antes Dele por Moisés, assim também o Espiritismo não vem derrogar a lei cristã mas completá-la, desenvolvê-la, enriquecê-la. Nesse sentido, o Espiritismo se propõe a revelar tudo aquilo que Jesus não pode dizer àquela época em função da pouca maturidade espiritual de sua gente. Ele é, portanto, Obra do Cristo, que o preside e o acompanha, objetivando a recuperação moral da humanidade.

O Caráter da Revelação Espírita: Do ponto de vista de uma revelação religiosa, o Espiritismo apresenta algumas características particulares =>
a) Estruturação Coletiva: A primeira revelação teve a sua personificação em Moisés, a segunda no Cristo, a terceira não a tem em indivíduo algum; as duas primeiras foram individuais, a terceira coletiva; aí está um caráter essencial de grande importância. Ela é coletiva no sentido de não ser feita ou dada como privilégio a pessoa alguma; ninguém, por conseqüência, pode inculcar-se como seu profeta exclusivo; foi espalhada simultaneamente, por sobre a Terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e condições, desde a mais baixa até a mais alta da escala. Lembra Kardec: "Que as duas primeiras revelações, sendo fruto do ensino pessoal ficaram forçosamente localizadas, isto é, apareceram num só ponto, em torno do qual a idéia se propagou pouco a pouco; mas foram precisos muitos séculos para que atingissem as extremidades do mundo, sem mesmo o invadirem inteiramente. A terceira tem isto de particular: não estando personificada em um só indivíduo, surgiu simultaneamente em milhares de pontos diferentes, que se tornaram centros ou focos de irradiação."

b) Origem Humano-Espiritual: Surgindo o Espiritismo numa época de emancipação e madureza espiritual, em que a inteligência, já desenvolvida, não se resigna a representar papel passivo; em que o homem nada aceita às cegas, mas quer ver aonde o conduzem, quer saber o porquê e o como de cada coisa - tinha ela de ser ao mesmo tempo o produto de um ensino e o fruto do trabalho, da pesquisa e do livre exame. Assim sendo, os Espíritos propõem-se a ensinar somente aquilo que é mister para guiar o homem no caminho da verdade, mas se abstêm de revelar o que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razão, deixando mesmo, muitas vezes, que adquira experiência à sua custa. Fornecem-lhe o princípio, os materiais; cabe-lhe, a ele, aproveitá-los e pô-los em obra. O Espiritismo, portanto, tem uma dupla origem: espiritual, pois sua estrutura doutrinária foi em grande parte ditada por Espíritos Superiores preparados para este mister; e nesse sentido ele é uma revelação. Mas tem também uma origem humana, pois foi e continua sendo enriquecido, trabalhado e burilado por espíritas cultos e dedicados que dão o melhor de si no aperfeiçoamento da obra.

c) Caráter Progressivo: Um último caráter da revelação espírita é que, apoiando-se em fatos, tem de ser, e não pode deixar de ser, essencialmente progressiva como todas as ciências de observação. Por sua substância, alia-se à Ciência que, sendo a exposição das leis da natureza com relação a certa ordem de fatos, não pode ser contrária às leis de Deus, autor daquelas leis. O Espiritismo pois, não estabelece como princípio absoluto senão o que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta logicamente da observação. Entendendo com todos os ramos da economia social, aos quais dá o apoio das suas próprias descobertas, assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de verdades práticas.

Kardec, a respeito desse caráter, emite vários pensamentos notáveis: "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará." (GEN-cap I,it 55).
"Somente as religiões estacionárias podem temer as descobertas da Ciência." (GEN-cap IV,it 10).
"As religiões, sejam quais forem, jamais ganharam coisa alguma em sustentar erros manifestos."(GEN-cap IV,it 9).
"Não há revelação que se possa sobrepor à autoridade dos fatos." (GEN-cap IV,it 8).
"A melhor religião será a que melhor satisfaça à razão e às legítimas aspirações do coração e do espírito; que não seja em nenhum ponto desmentida pela ciência positiva, que em vez de se imobilizar, acompanhe a humanidade em sua marcha progressiva, sem nunca deixar que a ultrapassem." (GEN-cap XVII,it 32).
"Se uma nova lei for descoberta, tem a Doutrina Espírita que se por de acordo com essa lei. Não lhe cabe fechar a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar. Assimilando todas as idéias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicos ou metafísicos, ela jamais será ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias de sua perpetuidade." (OP- 2ª parte).






*ALLAN KARDEC: Na cidade de Lião, na França, nasceu no dia 3 de outubro de l804, aquele que se celebrizaria sob o pseudônimo de Allan Kardec. De tradicional família francesa de magistrados e professores, filho de Jean Baptiste Antoine Rivail e Jeane Louise Duhamel, foi batizado com o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail. Em Lião fez os seus primeiros estudos, seguindo depois para Yverdon, na Suíça, a fim de estudar no Instituto do célebre professor Pestalozzi. O instituto desse abalizado mestre era um dos mais famosos e respeitados em toda a Europa. Desde cedo Hippolyte Léon tornou-se um dos mais eminentes discípulos de Pestalozzi, tendo inclusive, com a idade de 14 anos, ensinado aos condiscípulos menos adiantados, tudo o que aprendia. Concluídos os estudos em Yverdon, regressou a Paris, onde se tornou conceituado mestre não só em Letras, como na Ciência, distinguindo-se como notável pedagogo e divulgador do Método Pestalozziano. Conhecia diversas línguas, entre elas o italiano e alemão, tendo traduzido várias obras para o francês. Contraiu matrimônio com a professora Amelie Gabrielle Boudet, conquistando uma preciosa colaboradora. O casal não teve filhos. Como pedagogo, Rivail publicou numerosos livros didáticos. Apresenta na mesma época, planos e métodos referentes à reforma do ensino francês. Entre as obras publicadas, destacam-se: Curso Teórico e Prático de Aritmética, Gramática Francesa Clássica, Catecismo Gramatical da Língua Francesa, além de programas de cursos ordinários de Física, Química, Astronomia e Fisiologia.

Allan Kardec (O Codificador): Começa a missão de Allan Kardec quando, em 1854, ouviu falar pela primeira vez nas mesas girantes através do amigo Fortier, um pesquisador emérito do Magnetismo (Kardec a época interessava-se também pelo estudo desta ciência). Em princípio, Kardec revelou-se cético, face à sua posição de livre pensador, de homem austero, sincero e observador. Exigindo provas, mostrou-se inclinado à observação mais profunda dos ruidosos fatos amplamente divulgados pela imprensa francesa. No ano seguinte, 1855, aceita o convite para assistir a uma sessão de mesas girantes, e vendo o fenômeno, ele se interessa profundamente. Vê ali um fenômeno inusitado que deveria merecer um exame cuidadoso. Ele decide então, aos 51 anos de idade, estudar o fenômeno mediúnico. Passa a freqüentar a residência de diversos médiuns, recebe cadernos contendo anotações de mensagens recebidas anteriormente, discute, analisa, apresenta questões de grande profundidade aos Espíritos, convencido que está da realidade do mundo extra-físico. O grande material estudado por ele, mais as centenas de questões propostas às Entidades Luminosas, deram condições ao professor Rivail de publicar a sua primeira obra, O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857. Esta data passou a ser considerada como a de fundação do Espiritismo. Decide adotar o pseudônimo de Allan Kardec por dois motivos: primeiro para que o seu nome real, conhecidíssimo em Paris, não viesse a interferir na grandeza do livro, que segundo ele, deveria florescer pelo seu valor e, não pelo autor que o subscrevia. Segundo, em homenagem a uma existência que ele tivera nas Gálias, no primeiro século antes de Cristo, onde fora um sacerdote druida denominado Allan Kardec. Fundou em lº de janeiro de 1858 a Revista Espírita, órgão mensal que deveria assumir um papel importantíssimo na divulgação da Doutrina, e no mesmo ano, no dia 1º de abril, ele funda a primeira sociedade espírita com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. No dia 15 de janeiro de 1861 lança O Livro dos Médiuns, e depois, sucessivamente, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese. Kardec vem a deixar o mundo físico na manhã do dia 31 de março de 1869, em função da ruptura de um aneurisma cardíaco. De grande sabedoria Allan Kardec,nos deixou uma doutrina maravilhosa e consoladora ditada por espíritos superiores que ainda hoje é atual e só nos trás consolação.





*DR. ADOLFO BEZERRA de MENEZES: Nome: Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti. Natural: Riacho do Sangue/CE ::::
Nascimento: 29/08/1831::::Desencarne: 11de abril de 1900. Profissão: Médico, Redator e político (vereador, prefeito, deputado e senador). Família: 1ª esposa =>Maria Cândida de Lacerda (desencarnou em 24/03/1863) com quem teve dois filhos; 2ª esposa =>Cândida Augusta de Lacerda Machado com quem teve sete filhos. Obras literárias: A casa assombrada; A loucura sob novo prisma; A Doutrina Espírita como filosofia teogônica (Uma carta de Bezerra de Menezes); Casamento e mortalha; Pérola Negra; Evangelho do Futuro. Também traduziu o livro Obras Póstumas de Allan Kardec. Nascido na antiga Freguesia do Riacho do Sangue, hoje Solonópole, no Ceará, aos 29 dias do mês de agosto de 1831, e desencarnado no Rio de Janeiro, a 11 de abril de 1900. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, no ano de 1838, entrou para a escola pública da Vila do Frade, onde em dez meses apenas, preparou-se suficientemente até onde dava o saber do mestre que lhe dirigia a primeira fase de educação. Bem cedo revelou sua fulgurante inteligência, pois, aos onze anos de idade, iniciava o curso de Humanidades e, aos treze anos, conhecia tão bem o latim que ministrava, a seus companheiros, aulas dessa matéria, substituindo o professor da classe em seus impedimentos. Seu pai, o capitão das antigas milícias e tenente- coronel da Guarda Nacional, Antônio Bezerra de Menezes, homem severo, de honestidade a toda prova e de ilibado caráter, tinha bens de fortuna em fazendas de criação.

Com a política, e por efeito do seu bom coração, que o levou a dar abonos de favor a parentes e amigos, que o procuravam para explorar- lhe os sentimentos de caridade, comprometeu aquela fortuna. Percebendo, porém, que seus débitos igualavam seus haveres, procurou os credores e lhes propôs entregar tudo o que possuía, o que era suficiente para integralizar a dívida. Os credores, todos seus amigos, recusaram a proposta, dizendo- lhe que pagasse como e quando quisesse. O velho honrado insistiu; porém, não conseguiu demover os credores sobre essa resolução, por isso deliberou tornar-se mero administrador do que fora sua fortuna, não retirando dela senão o que fosse estritamente necessário para a manutenção da sua família,que assim passou da abastança às privações. Animado do firme propósito de orientar- se pelo caráter íntegro de seu pai, Bezerra de Menezes, com minguada quantia que seus parentes lhe deram, e animado do propósito de sobrepujar todos os óbices, partiu para o Rio de Janeiro a fim de seguir a carreira que sua vocação lhe inspirava: a Medicina.

Em novembro de 1852, ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Doutorou- se em 1856 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese "Diagnóstico do Cancro". Nessa altura abandonou o último patronímico, passando a assinar apenas Adolfo Bezerra de Menezes. A 27 de abril de 1857, candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina, com a memória "Algumas Considerações sobre o Cancro encarado pelo lado do Tratamento". O parecer foi lido pelo relator designado, Acadêmico José Pereira Rego, a 11 de maio de 1857, tendo a eleição se efetuado a 18 de maio do mesmo ano e a posse a 1.o. de junho. Em 1858 candidatou- se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina. Por intercessão do mestre Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, então Cirurgião- Mor do Exército, Bezerra de Menezes foi nomeado seu assistente, no posto de Cirurgião- Tenente. Eleito vereador municipal pelo Partido Liberal, em 1861, teve sua eleição impugnada pelo chefe conservador, Haddock Lobo, sob a alegação de ser médico militar. Objetivando servir o seu Partido, que necessitava dele a fim de obter maioria na Câmara, resolveu Bezerra de Menezes afastar- se do Exército. Em 1867 foi eleito Deputado Geral, tendo ainda figurado em lista tríplice para uma cadeira no Senado. Quando político, levantou- se contra ele, a exemplo do que ocorre com todos os políticos honestos, uma torrente de injúrias que cobriu o seu nome de impropérios. Entretanto, a prova da pureza da sua alma deu- se quando, abandonando a vida pública, foi viver para os pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía. Corria sempre ao tugúrio do pobre, onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da ciência de médico e o auxílio da sua bolsa minguada e generosa. Desviado interinamente da atividade política e dedicando-se a empreendimentos empresariais, criou a Companhia de Estrada de Ferro Macaé a Campos, na então província do Rio de Janeiro. Depois, empenhou- se na construção da via férrea de Sto. Antônio de Pádua, etapa necessária ao seu desejo, não concretizado, de levá-la até o Rio Doce. Era um dos diretores da Companhia Arquitetônica que, em 1872, abriu o "Boulevard 28 de Setembro", no então bairro de Vila Isabel, cujo topônimo prestava homenagem à Princesa Isabel. Em 1875, era presidente da Companhia Carril de S. Cristóvão. Retornando à política, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato até 1880. Foi ainda presidente da Câmara e Deputado Geral pela Província do Rio de Janeiro, no ano de 1880. O Dr. Carlos Travassos havia empreendido a primeira tradução das obras de Allan Kardec e levara a bom termo a versão portuguesa de "O Livro dos Espíritos".
Logo que esse livro saiu do prelo, levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando- o com dedicatória. O episódio foi descrito do seguinte modo pelo futuro Médico dos Pobres: "Deu- mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no "O Livro dos Espíritos". Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença". No dia 16 de agosto de 1886, um auditório de cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade enchia a sala de honra da Guarda Velha, na rua da Guarda Velha, atual Avenida 13 de Maio, no Rio de Janeiro, para ouvir em silêncio, emocionado, atônito, a palavra sábia do eminente político, do eminente médico, do eminente cidadão, do eminente católico, Dr. Bezerra de Menezes, que proclamava a sua decidida conversão ao Espiritismo. Bezerra era um religioso no mais elevado sentido. Sua pena, por isso, desde o primeiro artigo assinado, em janeiro de 1887, foi posta a serviço do aspecto religioso do Espiritismo. Demonstrada a sua capacidade literária no terreno filosófico e religioso, quer pelas réplicas, quer pelos estudos doutrinários, a Comissão de Propaganda da União Espírita do Brasil, incumbiu- o de escrever, aos domingos, no "O Paiz" tradicional órgão da imprensa brasileira, a série de "Estudos Filosóficos", sob o título "O Espiritismo". O Senador Quintino Bocaiúva, diretor daquele jornal de grande penetração e circulação, "o mais lido do Brasil", tornou-se mesmo simpatizante da Doutrina Espírita. Os artigos de Max, pseudônimo de Bezerra de Menezes, marcaram a época de ouro da propaganda espírita no Brasil. De novembro de 1886 a dezembro de 1893, escreveu ininterruptamente, ardentemente. Da bibliografia de Bezerra de Menezes, antes e após a sua conversão do Espiritismo, constam os seguintes trabalhos: "A Escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação", "Breves considerações sobre as secas do Norte", "A Casa Assombrada", "A Loucura sob Novo Prisma", "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica", "Casamento e Mortalha", "Pérola Negra", "Lázaro -- o Leproso", "História de um Sonho", "Evangelho do Futuro". Escreveu ainda várias biografias de homens célebres, como o Visconde do Uruguai, o Visconde de Carvalas, etc. Foi um dos redatores de "A Reforma", órgão liberal da Corte, e redator do jornal "Sentinela da Liberdade". 


Bezerra de Menezes tinha a função de médico no mais elevado conceito, por isso, dizia ele: "Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar- se fatigado, ou por ser alta hora da noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro, o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro -- esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos de formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vaivens da vida.” Em 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo brasileiro e os que dirigiam os núcleos espíritas do Rio de Janeiro sentiam a necessidade de uma união mais bem estruturada e que, por isso mesmo, se tornasse mais indestrutível. Os Centros, onde se ministrava a Doutrina, trabalhavam de forma autônoma. Cada um deles exercia a sua atividade em um determinado setor, sem conhecimento das atividades dos demais. Esse sentimento levou- os à fundação da Federação Espírita Brasileira. Nessa época, já existiam muitas sociedades espíritas, porém, as únicas que mantinham a hegemonia de mando eram quatro: a "Acadêmica", a "Fraternidade", a "União Espírita do Brasil" e a "Federação Espírita Brasileira", entretanto, logo surgiram entre elas vivas discórdias. Sob os auspícios de Bezerra de Menezes, e acatando prescrições das importantes "Instruções" recebidas do plano espiritual pelo médium Frederico Júnior, foi fundado o famoso "Centro Espírita", o que, entretanto, não impediu que Bezerra desse a sua colaboração a todas as outras instituições. O entusiasmo dos espíritas logo se arrefeceu, e o velho seareiro se viu desamparado dos seus companheiros, chegando a ser o único freqüentador do Centro. A cisão era profunda entre os chamados "místicos" e "científicos", ou seja, espíritas que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso, e os que o aceitavam simplesmente pelo lado científico e filosófico. Em 1893, a convulsão provocada no Brasil pela Revolta da Armada, ocasionou o fechamento de todas as sociedades espíritas ou não. No Natal do mesmo ano Bezerra encerrou a série de "Estudos Filosóficos" que vinha publicando no "O Paiz". Em 1894, o ambiente mostrou tendências para melhora e o nome de Bezerra de Menezes foi lembrado como o único capaz de unificar o movimento espírita. O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, assumiu a presidência da Federação Espírita Brasileira, cargo que ocupou até a sua desencarnação. Iniciava- se o ano de 1900, e Bezerra de Menezes foi acometido de violento ataque de congestão cerebral, que o prostrou no leito, de onde não mais se levantaria. Verdadeira romaria de visitantes acorria à sua casa. Ora o rico, ora o pobre, ora o opulento, ora o que nada possuía. Ninguém desconhecia a luta tremenda em que se debatia a família do grande apóstolo do Espiritismo. Todos conheciam suas dificuldades financeiras, mas ninguém teria a coragem de oferecer fosse o que fosse, de forma direta. Por isso, os visitantes depositavam suas espórtulas, delicadamente, debaixo do seu travesseiro. No dia seguinte, a pessoa que lhe foi mudar as fronhas, surpreendeu- se por ver ali desde o tostão do pobre até a nota de duzentos mil reis do abastado!... Ocorrida a sua desencarnação, verdadeira peregrinação demandou sua residência a fim de prestar- lhe a última visita. No dia 17 de abril, promovido por Leopoldo Cirne, reuniram- se alguns amigos de Bezerra, a fim de chegarem a um acordo sobre a melhor maneira de amparar a sua família, tendo então sido formada uma comissão que funcionou sob a presidência de Quintino Bocaiúva, senador da República, para se promover espetáculos e concertos, em benefício da família daquele que mereceu o cognome de "Kardec Brasileiro". 

Digno de registro foi um caso sucedido com o Dr. Bezerra de Menezes, quando ainda era estudante de Medicina. Ele estava em sérias dificuldades financeiras, precisando da quantia de cinqüenta mil réis (antiga moeda brasileira), para pagamento das taxas da Faculdade e para outros gastos indispensáveis em sua habitação, pois o senhorio, sem qualquer contemplação, ameaçava despejá-lo. Desesperado (uma das raras vezes em que Bezerra se desesperou na vida), e como não fosse incrédulo, ergueu os olhos ao Alto e apelou a Deus. Poucos dias após bateram- lhe à porta. Era um moço simpático e de atitudes polidas que pretendia tratar algumas aulas de Matemática. Bezerra recusou, a princípio, alegando ser essa matéria a que mais detestava, entretanto, o visitante insistiu e por fim, lembrando- se de sua situação desesperadora, resolveu aceitar. O moço pretextou então que poderia esbanjar a mesada recebida do pai, pediu licença para efetuar o pagamento de todas as aulas adiantadamente. Após alguma relutância, convencido, acedeu. O moço entregou- lhe então a quantia de cinqüenta mil réis. Combinado o dia e a hora para o início das aulas, o visitante despediu- se, deixando Bezerra muito feliz, pois conseguiu assim pagar o aluguel e as taxas da Faculdade. Procurou livros na biblioteca pública para se preparar na matéria, mas o rapaz nunca mais apareceu....





*Quem foi EMMANUEL? => Das últimas encarnações sabemos um pouco,pois, através da mediunidade de nosso querido Chico Xavier, Emmanuel nos trouxe suas experiências, suas lutas e dificuldades para a melhoria de si mesmo a caminho da luz. Amoroso em extremo, quis passar-nos seu conhecimento, suas percepções, seu entendimento, para que tivéssemos maior facilidade nesta caminhada. E para isto, dedicou-se a auxiliar a tarefa mediúnica de Francisco Cândido Xavier, quer trazendo mensagens suas ou dando apoio a outros espíritos para que pudessem se comunicar, prefaciando livros, orientando e amando muito, sempre. Ao tempo da passagem de Jesus pela Terra, chamou-se Públio Lentulus (senador romano),e, ao que se sabe, foi a única autoridade que efetuou perfeita descrição de Jesus, através da célebre carta, publicada em numerosas línguas, autêntica obra-prima do gênero. Curiosamente, segundo a tradição católica, foi esse mesmo senador romano,Publius Lentulus (governador da Judéia no tempo de Cristo), quem deixou o único documento conhecido sobre a aparência física de Jesus, aceito pelo Vaticano. 

A informação de que Emmanuel teria sido o Padre Manoel da Nóbrega, foi dada pelo próprio Emmanuel em várias comunicações através da mediunidade idônea e segura de Francisco Cândido Xavier.
Renasceu em 18 de Outubro de 1517, em Sanfins, entre Douro e Minho, em Portugal. De inteligência privilegiada, ingressou na Universidade de Salamanca, na Espanha, aos 17 anos, e, com 21, inscreve-se na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra, freqüentando aulas de Direito Canônico e Filosofia. Em 14 de Junho de 1541, em plena mocidade, recebe a láurea doutoral , pelo doutor Martim Azpilcueta Navarro. Mais tarde, a 25 de Janeiro de 1554, seria um dos principais fundadores da grande metrópole São Paulo. Foi também o fundador da cidade de Salvador, Bahia, a primeira capital do Brasil. O Padre Manuel da Nóbrega foi uma das peças fundamentais na catequese dos índios no Brasil e sobre isso, Emmanuel ditou a Chico Xavier : "Via a floresta a perder-se de vista e o patrimônio extenso entregue ao desperdício, exigindo o retomo à humanidade civilizada e, entendendo as dificuldades do silvícola relegado à própria sorte, nos azares e aventuras da terra dadivosa que parecia sem fim, aceitei a sotaina, de novo, e por Padre Nóbrega conheci de perto as angustias dos simples e as aflições dos degredados". No início da atividade mediúnica de Chico Xavier, nos anos trinta, ainda sem se identificar, disse-lhe que gostaria de trabalhar com ele durante longos anos, mas que necessitaria de três condições básicas para o fazer: 1ª disciplina, 2ª disciplina e 3ª disciplina. O que Chico sempre cumpriu. Também no início da sua nobre missão, Emmanuel disse que, se alguma vez ele aconselhasse algo que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e Kardec, Chico Xavier deveria procurar esquecer, permanecendo fiel a Jesus e Kardec. 

Emmanuel fez também parte da falange do Espírito da Verdade, que trouxe à Terra o Cristianismo restaurado, definição sua da Doutrina Espírita.
No Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec inseriu uma mensagem de Emmanuel, recebida em Paris, 1861, intitulada O Egoísmo (Cap. XI - 11). Foi considerado o 5º evangelista, pela superior interpretação do pensamento de Jesus, analisados em seus livros: Caminho, Verdade e Vida; Pão Nosso; Vinha de Luz e Fonte Viva. Há Dois Mil Anos, cinqüenta anos depois, Paulo e Estevão , Ave Cristo e Renúncia , são livros que nos ajudam a entender o nascimento do Cristianismo e, depois a sua gradual adulteração. Estes cinco livros são baseados em fatos históricos verdadeiros. A Volta de Emmanuel: Numa de suas inúmeras entrevistas à grande imprensa, Chico teceu algumas considerações de seu Mentor Espiritual, as quais transcrevemos para nossos leitores: É verdade que o Espírito do Emmanuel que lhe ditou a base do Espiritismo praticado no Brasil se prepara para reencarnar? -Ele diz que virá novamente, e dentro de pouco tempo, para trabalhar como professor. Sabemos que Emmanuel foi Manoel da Nóbrega. Em vida, ele sempre teve um companheiro muito próximo que foi o Padre José de Anchieta. Porque ele nunca se manifestou sobre isso? -É uma questão de afinidades e de trabalho específico. Os amigos espirituais nos dizem que Anchieta voltou na posição do grande Frei Fabiano de Cristo, que viveu no Rio de Janeiro e foi um herói de humildade e abnegação. De maneira acredito que eles, na vida espiritual, seriam excelentes amigos, mas com missões diferentes. Emmanuel sempre agiu como um professor ou diretor muito culto, abnegado e severo em suas disciplinas. (Fonte: Informativo Busca e Acharás Nº 35 - Outubro de 1999).


Quando citamos o nome de Emmanuel, nos lembramos sempre do espírito humilde, generoso, de personalidade cujas características demonstram uma evolução intelecto-moral equilibrada, onde outros espíritos deixam a desejar tanto num, quanto noutro aspecto. A participação de Emmanuel no Espiritismo, antecede o transplante do Consolador para plagas brasileiras, pois Chico Xavier disse certa feita, que ele foi um dos espíritos que participou da equipe que preparou a codificação da Doutrina Espírita, onde podemos verificar a assertiva do médium, na mensagem do Evangelho Segundo o Espiritismo intitulada "O Egoísmo", do capítulo XI, item 11, assinada por este espírito. O primeiro contato de Emmanuel com Francisco Cândido Xavier se deu em 1931, numa reunião mediúnica em Pedro Leopoldo (MG), no Centro Espírita Luís Gonzaga quando o médium de apenas vinte anos de idade pode ver pela primeira vez o mentor espiritual que lhe acompanharia pelo resto da vida. No prefácio do Livro "Emmanuel", Chico relata: "Eu psicografava, naquela época, as produções do primeiro livro mediúnico, Parnaso de Além Túmulo, recebido através de minhas humildes faculdades, e experimentava os sintomas de grave moléstia nos olhos. Via-lhe os traços fisionômicos de homem idoso, sentindo minha alma envolvida na suavidade de sua presença; mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se fazia visível para mim, dentro de reflexos luminosos que tinham a forma de uma cruz. Às minhas perguntas naturais, respondeu o bondoso guia: Descansa! Quando te sentires mais forte, pretendo colaborar igualmente na difusão da filosofia espiritualista. Tenho seguido sempre os teus passos e só hoje me vês, na tua existência de agora, mas os nossos espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida e, o sentimento afetivo que me impele para teu coração tem suas raízes na noite profunda dos séculos..." 

A história de Emmanuel até onde conhecemos, começa na Roma longínqua dos Césares, onde o espírito envergou o corpo do senador Públio Lentulus Cornelius, descendente de antiga família de senadores e cônsules da república romana. Em 7 de setembro de 1938, Emmanuel ditou a seguinte mensagem ao grupo de estudos espíritas de Pedro Leopoldo, através de Chico Xavier: - "Algum dia, se Deus mo permitir, falar-vos-ei do orgulhoso patrício Públio Lentulus, a fim de algo aprenderdes nas dolorosas experiências de uma alma indiferente e ingrata. Esperemos o tempo e a permissão de Jesus."
Semanas depois, Emmanuel cumpria a promessa de sua autobiografia com o início da produção mediúnica do romance "Há Dois Mil Anos". O livro conta a história de um orgulhoso senador romano casado com uma patrícia chamada Lívia, tendo o casal uma filha de nome Flávia Lentúlia, que era portadora de lepra, e um menino chamado Marcus. O autor espiritual descreve a figura do senador como um homem relativamente jovem, aparentando menos de trinta anos, não obstante o seu perfil orgulhoso e austero. No decurso da história, quando o senador e a família viajavam para Jerusalém, acompanhados de pequena expedição militar, ocorreu um imprevisto. Uma minúscula pedra cortara o ar, alojando-se no palanque do senador, ferindo levemente o rosto de sua esposa. Grande alarme ocorreu na comitiva de servos e soldados, e um rapaz que se encontrava nas proximidades é capturado pelo litor que comandava a expedição e apresentado ao senador como responsável pelo delito. Públio manda açoitar severamente o rapaz sob o sol causticante da tarde, ante o olhar espantado e compungido dos escravos e centuriões presentes. O estalar do chicote no dorso seminu do moço,que gemia em soluços dolorosos, só cessa quando a esposa pede súplice ao marido o fim do castigo. O senador ordena então a suspensão do castigo, mas condena o rapaz à trabalhos forçados nas galeras, que significavam a morte ou a escravidão para sempre. Ao ouvir a sentença condenatória, o rapaz deita sobre Públio Lentulus um olhar de ódio e desprezo supremos e no âmago de sua alma nasce um sentimento de vingança e cólera. A viagem segue então seu curso normal e os viajores chegam a Jerusalém. Três dias depois, um judeu humilde chamado André de Gioras o procura para uma entrevista, identificando-se como pai do rapaz preso, implorando-lhe clemência para o filho. Porém o senador recordando a necessidade de fazer sentir a autoridade de sua posição, se nega orgulhosamente a revogar sua deliberação. André de Gioras ferido em sua emotividade de pai e em seu sentimento de homem, jura vingança, estremecendo a alma inflexível e fria do senador. Públio Lentulus e a família haviam se transferido para a Palestina visando a recuperação da filha que era portadora de uma doença na época considerada incurável, na esperança que o clima de Cafarnaum trouxesse melhoras à menina. Lívia implorou ao marido que procurasse o profeta de Nazaré na esperança de uma cura definitiva para a pequenina, visto o grande número de comentários do povo naquela época sobre as curas operadas por Jesus. O senador aquiesce ao pedido da esposa, dizendo-lhe porém que iria à procura do Messias, mas que não chegaria ao cúmulo de abordá-lo pessoalmente, descendo de sua dignidade social e política, mas que pretendia um encontro fortuito com Este, e que se sobreviesse alguma circunstância favorável, far-lhe-ia sentir o prazer que lhes causaria a sua visita, com o intento de reanimar a doente.

Quando as horas mais movimentadas do dia se escoaram e o crepúsculo começou a se fazer visível, o senador então se colocou no caminho que conduzia a uma antiga fonte da cidade que era motivo de atração para os forasteiros, na estrada que conduzia às margens do Tiberíades, onde Jesus era freqüentemente visto em suas pregações. Depois de mais de uma hora de expectativa, dá-se então o encontro de Públio Lentulus com Jesus, que ele descreve como um homem ainda moço, cujo olhar transparecia profunda misericórdia, além de uma beleza suave e indefinível. Longos cabelos sedosos molduravam-lhe o semblante compassivo, cujo sorriso divino revelava ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia, irradiando de sua melancólica e majestosa figura, uma fascinação irresistível. Jesus lhe aconselha que mude de caminho, exortando o homem de Estado superficial e orgulhoso, a ter fé e ser humilde, imitando o exemplo da esposa. Que os poderes do império eram bem fracos e todas as suas riquezas bem miseráveis... Jesus ainda lhe fala das efemeridades das magnificências dos Césares e das glórias terrenas, porquanto um dia, todas as criaturas são chamadas aos tribunais da justiça de seu Pai, deixando as águias poderosas de existir, para se transformar num punhado de cinzas misérrimas e que apenas uma lei imutável prevalece ante as inquietações dos homens - a lei do amor, instituída por Deus, desde o princípio da criação... 

No final do diálogo, Jesus diz-lhe: - "Agora, volta ao lar, consciente das responsabilidades do teu destino... "Se a fé instituiu na tua casa o que consideras a alegria com o restabelecimento de tua filha, não te esqueças que isso representa um agravo de deveres para o teu coração, diante de nosso Pai, Todo-Poderoso!..." Mas Públio Lentulus em sua presumida superioridade, prefere se entregar ao orgulho que lhe caracterizava a personalidade, esquecendo todas as exortações do profeta de Nazaré, não chegando nem mesmo a reconhecer-Lhe a intervenção na cura da filha. Na mesma noite tem um sonho onde entre outras coisas, vê um Juíz ostentando uma toga extremamente alva que lhe fala: " - Públio Lentulus, porque desprezaste o minuto glorioso, com o qual poderias ter comprado a hora interminável e radiosa da tua redenção na eternidade? "Estiveste, esta noite, entre dois caminhos: o do servo de Jesus e o do servo do mundo. No primeiro, o jugo seria suave e o fardo leve; mas, escolhestes o segundo, no qual não existe amor bastante para lavar toda a iniqüidade... (...) Sofrerás muito, porque nessa estrada o jugo é inflexível e o fardo pesadíssimo; mas agiste com liberdade de consciência, no jogo amplo das circunstâncias de tua vida... (...) Não te condenamos, para tão somente lamentar o endurecimento do teu espírito em face da verdade e da luz! Retempera todas as fibras do teu "eu", pois enorme há de ser, doravante a tua luta!..." À partir de então, sua vida se transforma numa seqüência de decepções e amarguras indescritíveis. André de Gioras trama e executa o rapto do filho Marcus, intrigas e calúnias fazem com que ele desconfie da fidelidade da própria esposa... Relegada à indiferença e ao abandono do esposo, Lívia abraça ardentemente a fé cristã e em uma das reuniões nas catacumbas, é feita prisioneira, vindo a morrer no circo. 

No final do livro, Emmanuel conclui por si mesmo que enquanto Lívia vivera para Deus, ele vivera para César, recebendo ambos compensações diversas na estrada do destino. Enquanto o jugo de Jesus fora suave e leve para a esposa, seu coração altivo e orgulhoso estava preso ao terrível jugo do mundo, sepultado nas dores irreversíveis, sem claridades e sem esperanças. Acabou os últimos dez anos de sua vida cego, amargando as pungentes revelações de André de Gioras, ainda num gesto de transformação de sua alma, perdoando-lhe as infortunadas ações. Desencarna fatidicamente em agosto de 79, na terrível erupção do Vesúvio. Mas errar em uma existência, não significa estar condenado para sempre, pois todo erro pode ser reparado. Em seu segundo romance "50 Anos Depois", prefacia Emmanuel: "Cinqüenta anos depois das ruínas fumegantes de Pompéia, nas quais o impiedoso senador Públio Lentulus se desprendia novamente do mundo, para aferir o valor de suas dolorosas experiências terrestres, vamos encontrá-lo, nestas páginas, sob a veste humilde dos escravos, que o seu orgulhoso coração havia espezinhado outrora. 

A misericórdia do Senhor permitia-lhe reparar, na personalidade de Nestório, os desmandos e arbitrariedades cometidas no pretérito, quando, como homem público, supunha guardar nas mãos vaidosas, por injustificável direito divino, todos os poderes. (...)" Nestório era um negro de grande cultura que fora feito escravo pelos romanos, sendo comprado por uma nobre família de patrícios. Cristão desde criança, chegou a alcançar a velhice do apóstolo João, conhecendo-o em suas pregações evangélicas em Éfeso. O livro ainda nos chama a atenção sobre a lei de causa e efeito, mostrando o imperativo do resgate das faltas, nas trilhas da evolução espiritual. Em uma das reuniões nas catacumbas, quando substituía um pregador ausente, Nestório é feito prisioneiro junto dos demais presentes, vindo a morrer no circo, numa morte semelhante a que tivera a esposa na reencarnação pretérita. Desde então o nobre espírito não mais se desvincularia da missão de propagação do Evangelho do Cristo, que viera a conhecer ainda na personalidade do orgulhoso senador romano. Em 12 de janeiro de 1949, Emmanuel ditou a seguinte mensagem no grupo de estudos espíritas de Pedro Leopoldo: "O trabalho de cristianização, irradiando sob novos aspectos, do Brasil, não é novidade para nós. Eu havia abandonado o corpo físico em dolorosos compromissos, no século XV, na Península, onde nos devotávamos ao "crê ou morre", quando compreendi a grandeza do País que nos acolhe agora. Tinha meu espírito entediado de mandar e querer sem o Cristo. As experiências do dinheiro e da autoridade me haviam deixado a alma em profunda exaustão. Quinze séculos haviam decorrido sem que eu pudesse imolar-me por amor do Cordeiro Divino, como o fizera, um dia, em Roma, a companheira do coração. Vi a floresta a perder-se de vista e o patrimônio extenso entregue ao desperdício, exigindo o retorno à humanidade civilizada e, entendendo as dificuldades do silvícola relegado à própria sorte, nos azares e aventuras da terra dadivosa que parecia sem fim, aceitei a sotaina, de novo, e por Padre Nóbrega conheci, de perto, as angústias dos simples e as aflições dos degredados. Intentava o sacrifício pessoal para esquecer o fastígio mundano e o desencanto de mim mesmo, todavia, quis o Senhor que, desde então o serviço americano e, muito particularmente, o serviço ao Brasil não me saísse do coração. A tarefa evangelizadora continua. A permuta de nomes não importa. Cremos no Reino Divino e pugnamos pela ordem cristã. Desde que reconheçamos a governança e a tutela do Cristo, o nome de quem ensina ou de quem faz não altera o programa. Vale, acima de tudo, a execução (...)".
Manuel de Nóbrega nasceu na vila portuguesa de Sanfins, nas cercanias de Vila Real, em Entre-Douro-e-Minho, a 18 de outubro de 1517. Estudou nas Universidades de Salamanca e Coimbra, bacharelando-se em direito canônico pela última. Ingressou na Companhia de Jesus em 1544, e 5 anos depois, designado por Dom João III, embarcava juntamente com Tomé de Souza para o Brasil, desembarcando na Bahia em 29 de março de 1549. Colaborou na fundação das cidades de Salvador e do Rio de Janeiro e foi sua a iniciativa da fundação da cidade de São Paulo em 1554. Virtuoso, enérgico, de um caráter por assim dizer tenaz, exercia grande ascendência moral sobre os religiosos, colonos e índios. É considerado o primeiro escritor do Brasil, pelas suas cartas informativas sobre o país, escritas da Bahia e pelo livro "Diálogo sobre a conversão do Gentio". O confrade Clóvis Tavares no livro "Amor e Sabedoria de Emmanuel", nos fala de uma mensagem de Emmanuel, recebida em Pedro Leopoldo, no dia 13 de março de 1940, que trata sobre o encontro do senador Públio Lentulus com o apóstolo Paulo em Roma. Emmanuel conta que este encontro se deu pouco depois da trágica desencarnação de Lívia, quando o espírito do senador ainda se encontrava bastante atormentado. Em um dos trechos da mensagem, Emmanuel relata: " (...) As palavras de Paulo eram firmes e consoladoras. O grande convertido não conhecia a úlcera que me sangrava o coração, todavia, as suas expressões indiretas foram, imediatamente, ao fundo de minh’alma, provocando um dilúvio de emoções e de esclarecimentos." Na espiritualidade o grande convertido de Damasco, que sempre se dedicou a amparar "as grandes inteligências afastadas do Cristo, compreendendo-lhes as íntimas aflições e o menosprezo injusto de que se sentem objeto no mundo, ante os religiosos de todos os matizes, quase sempre especializados em regras de intolerância", prometeu auxiliá-lo em suas posteriores existências terrenas. Talvez seja por isso que em gratidão a este gigante do evangelho, o Padre Manoel da Nóbrega chegou a adiar a inauguração do Colégio de Piratininga, a que deu o nome de "São Paulo", para o dia da conversão do Apóstolo, comemorado em 25 de janeiro. Desencarnou no Rio de Janeiro, no antigo Morro do Castelo, em 18 de outubro de 1570, ao completar 53 anos de idade, vítima de tuberculose. Podemos dizer que Emmanuel é na atualidade,sem sombra de dúvida, um dos mais valorosos espíritos encarregados de propagar a Terceira Revelação na Terra. Mentor Espiritual responsável pela obra mediúnica de Francisco Cândido Xavier, escreveu mais de 100 livros que tratam dos mais diversos assuntos entre Filosofia, Ciência, Literatura, e principalmente Exortações Evangélicas, sendo orientador também de diversos espíritos, como André Luiz, do qual prefaciou vários livros. 

Chico Xavier disse certa vez, notar em Emmanuel o mais alto grau de tolerância, por sempre tratar todas as questões com o máximo de respeito pela liberdade e idéias dos outros. 

Nessas despretensiosas linhas, lembramos um pouco das "vidas" e da obra deste grande discípulo do Cristo, que sempre nos consolou com suas mensagens confortadoras e instrutivas, onde sempre ressaltou que o grande desafio que temos pela frente é o de: "Evangelizarmos a nós mesmos..." "O tempo, implacável dominador de civilizações e homens, marcha, apenas com sessenta minutos por hora, mas nunca se detém. Guardemos a lição e caminhemos para diante, com a melhoria de nós mesmos. Devagar, mas sempre". (Emmanuel, em Fonte Viva) Lentulus e Jesus: É inevitável que aqueles que não reconhecem a mediunidade de Chico Xavier ou mesmo a noção da reencarnação, levantassem dúvidas quanto à veracidade dos relatos e mensagens obtidas pelo médium mineiro. Entretanto, os seguidores do Espiritismo podem apresentar uma prova de que Publius Lentulus realmente existiu e conheceu Jesus, através de uma carta encontrada nos arquivos do Duque Cesari, de Roma,documento que faz parte da biblioteca da Ordem dos Lazaristas de Roma. Trata-se de uma inscrição feita em folha de cobre, encontrada no interior de um vaso de mármore. A carta foi escrita por Publius Lentulus, senador romano, governador da Judéia, e predecessor de Pôncio Pilatos, endereçada ao imperador romano Tibério César. Nela, Lentulus descreve Jesus, a pedido do imperador que desejava saber de quem se tratava essa pessoa.
A carta diz:
"Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existe nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é o filho de Deus, criador do céu e da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado. 

Em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra. É um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto. Há tanta majestade em seu rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura; são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes. Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso pelos nazarenos. O seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno. Nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada. O nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, separada pelo meio. Seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros. O que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza, faz chorar. Faz-se amar e é alegre com gravidade. Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos. Na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo jamais visto por estas partes uma mulher tão bela. Porém, se a Majestade Tua, ó Cesar, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível. De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por essas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus. Muitos judeus o têm como Divino e muitos me que relatam, afirmam que é contra a lei de Tua Majestade. Eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus. Diz-se que esse Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém à tua obediência estou prontíssimo: aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido. Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo. Publius Lentulus, presidente da Judéia".



*MADRE TERESA de CALCUTÁ: Ganxhe Bojaxhiu nasceu em 26 de agosto de 1910, na cidade Skopie, capital da Macedônia, em uma família católica, sua mãe, Drana, era uma pessoa de intensa religiosidade. Aos 12 anos Ganxhe despertou para sua vocação religiosa. A cidade se Skopie, vivia em constate conflito com a dominação turca, em 1912 a cidade foi libertada e consegui sua independência. Mas pouco tempo depois sofreu novas invasões. Seu pai lutava contra os contra os conflitos étnicos, e sua paixão política o levou à própria morte no ano de 1919. Após a sua morte, muitos problemas ocorreram com a família de Ganxhe, problemas com sócio da família, fez com que a mãe de Ganxhe assumisse os gastos da família. A família vivia próxima à Paróquia do Sagrado Coração e logo a mãe de Ganxhe percebeu seu gosto pelos ofícios religiosos; logo, o Pároco Frnajo Jambrekovic, incentivou Ganxhe a leitura de histórias missionárias. "Não Tinha completado ainda 12 anos, quando senti o desejo de ser missionária", contou mais tarde Madre Teresa. Ainda criança, Ganxhe entrou para a congregação Mariana das Filhas de Maria, e ajuda os pobres em sua própria casa. "Aos pés da Virgem de Letnice, escutei um dia o chamado Divino que me convencia de servir a Deus", disse muitos anos depois a Madre Teresa que confessou descobrir a intensidade do chamado graças "a uma grande alegria interior".
Em 25 de dezembro de 1938, aos 18 anos se mudou para Rathfarnham, na Irlanda, onde se ficava o Instituto da Beata Virgem. Em 1929, após 37 dias de viagem pelo mar, Ganxhe chega em Bengala, depois viajou à Calcutá e finalmente chegou em Dajeerling, onde no seminário da Ordem, estudou e em 24 de maio de 1931,escolheu o nome de Teresa, inspirada pela Santa Teresa D’Ávila. "Querida mamãe, gostaria muito de estar contigo, Age e Lázaro, mas devo dizer que tua pequena Ganxhe é feliz...Esta é uma vida nova. Sou professora e gosto do trabalho. Todos aqui nos amamos muito", escreveu à sua mãe Drana, a quem nunca mais voltou a ver desde que se mudou de Skope, em 1928. Entre os 18 e 38 anos, Teresa era religiosa das damas Irlandesas na Índia e professora de história e geografia no colégio Santa Maria, único para meninas católicas em Calcutá. Logo começou a ensinar no Colégio de Entally,onde iam as pobres. Na Índia, colônia Britânica, havia muitas aspirações pela independência e Mahatma Gandhi pregava a não violência. Em 1937 no dia 24 de maio, Teresa professou de forma perpétua sua vocação religiosa. Começou a se dedicar a um grupo de irmãs indianas de Bengala, que seguiam as regras jesuíticas, eram as Filhas de Santa Ana, elas inspiraram Teresa em seu projeto de vida missionária.

O momento crucial para a sua vida que a convertia em Madre Teresa de Calcutá, deu-se de improviso. Ela mesma nos conta: "Ocorreu em 10 de setembro de 1946, durante a viagem de trem que me levava ao convento de Darjeeling para fazer os exercícios espirituais. Enquanto rezava em silêncio a nosso Senhor, adverti um chamado dentro do chamado. A mensagem era muito clara: devia deixar o convento de Loreto (em Calcutá) e entregar-me ao serviço dos pobres, vivendo entre eles".
Logo iniciou sua vida como: Madre Teresa de Calcutá. Recebeu a permissão da Santa Sé para levar os moribundos das ruas para um lar onde eles pudessem morrer em paz e dignidade; também abriu um orfanato. Em 1950 fundou uma congregação religiosa, e as irmãs de caridade são mais de 4.000, espalhadas por 95 países, e todas as Nações permitiram seus trabalhos. Gradualmente, outras mulheres se uniram a ela de modo que, em 1950 recebeu a aprovação oficial do Papa Pio XII para fundar uma congregação de religiosas, as Missionárias da Caridade, que se dedicariam a servir aos mais pobres entre os pobres. O Papa João Paulo II confiou às religiosas de Madre Teresa, a casa "Dom de Maria" aberta no Vaticano, ao lado do Palácio do Santo Ofício, para assistir aos mais pobres e aos moribundos da Itália. Em 1979 Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho. Madre Teresa de Calcutá faleceu na Sexta-feira 5 de setembro de 1997 vítima de uma parada cardíaca. Milhares de pessoas de todo o mundo se congregaram, formando várias filas na Igreja de Santo Tomás para despedir-se da Madre Teresa.


*Teresa de Calcutá sobre o aborto: Washington, DC, 3 de Fevereiro de 1994. (Tradução: Sandra Katzman). (...) Eu sinto que o grande destruidor da paz hoje é o aborto, porque é uma guerra contra a criança, uma matança direta de crianças inocentes, assassinadas pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo o seu próprio filho, como é que podemos dizer às outras pessoas para não se matarem? 


Como é que nós persuadimos uma mulher a não fazer o aborto? Como sempre, nós devemos persuadi-la com amor e nós devemos lembrar-nos de que amar significa estar disposto a doar-se até que doa. Jesus deu a Sua vida por amor de nós. Assim, a mãe que pensa em abortar, deve ser ajudada a amar, ou seja, a doar-se até que prejudique os seus planos, ou o seu tempo livre, para respeitar a vida do seu filho. O pai dessa criança, quem quer que ele seja, deve também doar-se até que doa. Através do aborto, a mãe não aprende a amar, mas mata o seu próprio filho para resolver os seus problemas. E, através do aborto, diz-se ao pai que ele não tem que ter nenhuma responsabilidade pela criança que ele trouxe ao mundo. Esse pai, provavelmente vai colocar outras mulheres na mesma situação. Logo, o aborto apenas traz mais aborto. Qualquer País que aceite o aborto, não está ensinando o seu povo a amar, mas a usar de qualquer violência para conseguir o que se quer. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto. Muitas pessoas são muito, muito preocupadas com as crianças da Índia, com as crianças da África, onde muitas delas morrem de fome, etc. Muitas pessoas também são preocupadas com toda a violência nos Estados Unidos. Estas preocupações são muito boas. Mas freqüentemente essas mesmas pessoas não estão preocupadas com os milhões que estão sendo mortos pela decisão deliberada das suas próprias mães.
E isto é que é o maior destruidor da paz(hoje,o aborto), que coloca as pessoas em tal cegueira. E por causa disto, eu apelo na Índia e apelo em todo a parte: "Vamos resgatar a criança." A criança é o dom de Deus para a família. Cada criança é criada à imagem e semelhança de Deus para grandes coisas, para amar e ser amada. Nesse ano da família, nós devemos trazer a criança de volta ao centro de nosso cuidado e preocupação. Essa é a única maneira pela qual o nosso mundo pode sobreviver, porque as nossas crianças são a única esperança do futuro. Quando as pessoas mais velhas são chamadas para Deus, somente os seus filhos podem tomar os seus lugares. Mas que nos diz Deus? Ele diz: "Mesmo se a mãe se esquecer de seu filho, Eu jamais te esquecerei. Eu gravei o teu nome na palma de minha mão." (Is 49). Nós estamos gravados na palma da mão de Deus; aquela criança que ainda não nasceu está gravada na mão de Deus desde a concepção e é chamada por Deus a amar e ser amada, não somente nesta vida, mas para sempre. Deus jamais se esquece de nós. Eu vou-lhe contar uma coisa bonita. Nós estamos lutando contra o aborto através da adoção,tomando conta da mãe e da adoção de seu bebê.

Nós temos salvo milhares de vidas. Mandamos a mensagem para as clínicas, para os hospitais e estações policiais: "Por favor não destrua a criança, nós ficaremos com ela." Nós sempre temos alguém para dizer às mães em dificuldade: "Venha, nós tomaremos conta de si, nós conseguiremos um lar para seu filho". E nós temos uma enorme procura por parte de casais que não podem ter um filho, mas eu nunca dou uma criança para um casal que tenha feito algo para não ter um filho. Jesus disse, "Aquele que recebe uma criança em meu nome, a mim recebe." Ao adotar uma criança, estes casais recebem Jesus mas, ao abortar uma criança, um casal recusa-se a receber Jesus. Por favor não mate a criança. Eu quero a criança. Por favor dê-me a criança. Eu estou disposta a aceitar qualquer criança que estiver para ser abortada e dar esta criança a um casal que irá amar a criança e ser amado por ela. Só de nosso lar de crianças em Calcutá, nós salvamos mais de 3.000 crianças do aborto. Essas crianças trouxeram muito amor e alegria aos seus pais adotivos, e crescem cheias de amor e de alegria. Eu sei que os casais têm de planejar a sua família e para isto existe o método de planejamento familiar natural. A forma de planejar a família é o planejamento familiar natural, não a contracepção. Ao destruir o poder de dar a vida, através da contracepção, um marido ou esposa está fazendo algo para si mesmo. Atrai a atenção para si e assim destrói o dom do amor nele ou nela.

Ao amar, o marido e a mulher devem voltar a atenção um para o outro, como acontece no planejamento familiar natural, e não para si mesmo, como acontece na contracepção. Uma vez que o amor vivo é destruído pela contracepção, facilmente se segue o aborto. Eu sei também que existem enormes problemas no mundo, que muitos esposos não se amam o suficiente para praticar o planejamento familiar natural. Nós não temos condições de resolver todos os problemas do mundo, mas não vamos trazer o pior problema de todos, que é a destruição do amor. E isso é o que acontece, quando dizemos às pessoas para praticarem a contracepção e o aborto. Os pobres são grandes pessoas. Eles podem ensinar-nos muitas coisas belas. Uma vez, uma delas veio agradecer-nos por lhe termos ensinado o planejamento familiar natural e disse: "Vocês que praticam a castidade, vocês são as melhores pessoas para nos ensinar o planejamento familiar natural, porque não é nada mais que um auto-controle por amor de um ao outro." E o que essa pobre pessoa disse, é a pura verdade. Essas pessoas pobres, talvez não tenham algo para comer, talvez não tenham uma casa para morar, mas eles ainda podem ser ótimas pessoas, quando são espiritualmente ricos.


Quando eu tiro uma pessoa da rua, faminto, eu dou-lhe um prato de arroz, um pedaço de pão. Mas uma pessoa que é excluída, que se sente não desejada, mal amada, aterrorizada, a pessoa que foi colocada para fora da sociedade, essa pobreza espiritual é muito mais difícil de vencer. E o aborto, que com freqüência vem da contracepção, faz uma pessoa tornar-se pobre espiritualmente, e essa é a pior pobreza e a mais difícil de vencer. Nós não somos assistentes sociais. Nós podemos estar fazendo trabalho de assistência social aos olhos de algumas pessoas, mas nós devemos ser contemplativas no coração do mundo.

Pois estamos tocando no Corpo de Cristo e estamos sempre em Sua Presença! Você também deve trazer essa Presença de Deus para sua família, pois a família que reza unida, permanece unida. Existe tanto ódio, tanta miséria, e nós com nossas Orações, com nosso sacrifício, estamos começando em casa. O amor começa em casa, e não se trata do quanto nós fazemos, mas de quanto amor colocamos naquilo que fazemos. Se somos contemplativas no coração do mundo com todos os seus problemas, esses problemas jamais nos podem desencorajar.
Nós devemos lembrar-nos do que Deus diz na Escritura:
"Mesmo se a mãe se esquecer do filho que amamenta(algo impossível),mesmo se ela o esquecesse, Eu não te esqueceria nunca." E aqui estou eu falando com vocês. Eu desejo que vocês encontrem os pobres daqui, na sua própria casa primeiro. E comece a amar ali. Seja a boa nova para o seu próprio povo primeiro. E descubra mais sobre o seu vizinho ao lado. Você sabe quem são eles? Deus jamais nos esquecerá e sempre existe algo que você e eu podemos fazer. Nós podemos manter a alegria do amor de Jesus em nossos corações, e partilhar essa alegria, com todos aqueles de quem nos aproximarmos. Vamos insistir: que cada criança não seja indesejada, mal amada, mal cuidada, ou morta e jogada fora. E doe-se até que doa,com um sorriso. Porque eu falo muito sobre doar-se com um sorriso nos lábios; uma vez um professor dos Estados Unidos me perguntou: "Você é casada?"
E eu disse: "Sim, e algumas vezes eu acho difícil sorrir ao meu esposo, Jesus, porque Ele pode ser muito exigente,algumas vezes." Isto é mesmo algo verdadeiro. E é aí que entra o amor, quando exige de nós, e ainda assim, podemos dar com alegria. Se nos lembrarmos de que Deus nos ama, e que nós podemos amar os outros como Ele nos ama, então a América pode tornar-se um sinal de paz para o mundo. Daqui deve sair para o mundo, um sinal de cuidado para o mais fraco dos fracos: a futura criança. Se vocês se tornarem uma luz ardente de justiça e paz no mundo, então vocês serão verdadeiramente aquilo pelo qual os fundadores deste País lutaram. Deus vos abençoe!